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Filologia portuguesa na Galiza

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Filologia portuguesa na Galiza

Perdoem, mas hoje estou furioso. Zangado, vermelho.

Enviada por breio breio o 08/10/2009 17:06

               Perdoem, mas hoje estou furioso. Zangado, vermelho.

               Muitos sabem que as cifras de matriculados nas titulaçons das universidades sem limite de praças em primeiro curso para o 2009/2010 vam-se fazer públicas em pouco tempo. A cifra duma cadeira já lha adianto eu: em filologia portuguesa (agora integra-se no chamado Grao en linguas modernas) só há um matriculado na Universidade de Santiago de Compostela. Sou eu.

               Nom estou furioso por isso. Quando eu decidi estudá-la já sabia que me ia encontrar  com mui poucos companheiros. Confesso ademais que o dia anterior ao começo das aulas eu e os meus colegas figémos apostas sobre quantos companheiros ia ter. Ganhei-a eu: eu disse que teria un companheiro. Falhei, mas fui o que mais se aproximou. O certo é que tenho amigos um bocado ilusos, que confiavam muito na cadeira ilusos. Há que apanhá-lo com humor.

               Por isso quero dizer que nom estou supreendido. Mas si zangado. Zangado porque hoje – eu sou mui curioso – dediquei-me a perguntar a algum companheiro de outra filologia quantos eram na sua aula. Em concreto, perguntei-lhe a duas pessoas. A primeira estuda filologia italiana e tem aproximadamente sete companheiros. A segunda, alemá: som dezassete matriculados. Já nom falamos da gente que há em galega, em hispánicas, inglesa ou mesmo francesa.

                  Que se passa com o ensino do português na Galiza? Que leva a gente da minha geraçom a ter mais interesse pola filologia alemá ou pola italiana? Analisemos: podemos assumir  que o alemám é uma das línguas mais importantes da Europa, conjuntamente com o inglês ou o francês. É aceitável, e mais tendo em conta que som muitos os institutos que oferecem alemám como língua estrangeira e nom o português. Aceito-o. Nom o percebo, mas aceito-o. E o italiano? Que peso tem hoje o italiano no ensino já nom só galego, mas espanhol? Quantos som os institutos que oferecem o italiano e quantos os que hoje e num praço de cinco-sete anos vam oferecer o português?


                  A mim que me perdoem, mas continuo a nom compreender qual é o problema. As distâncias entre Galiza e Portugal som já hoje mínimas e, se bem é certo que aqui o peso do português é ainda muito menos importante do que deveria, é inévitável – e necessário - que a língua vizinha (ou a língua comum) entre no ensino. E entom? Quem vai dar essas aulas? Professores licenciados na antiga Filoloxía galega que tivérom quatro asignaturas relacionadas com o português em toda a cadeira? Professores graduados na UDC na que hoje se chama Filoloxía galego-portuguesa e que só proporciona duas matérias que tenham algo a ver com a língua lusa? Que qualidade terá esse ensino entom?


                   Nom o percebo. Com certeza que nom. 


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